Em 2009, a equipe GRACIEMAG investigou nas páginas da nossa revista sobre os erros e acertos que cometemos na etapa da faixa-azul. O artigo trazia uma série de posições e macetes ilustrados em imagens detalhadas. Hoje, relembramos esse artigo que ajudou tanta gente a passar de faixa, e separamos os melhores momentos do texto, com alguns vídeos que podem ajudá-lo.
Confira e aprenda com alguns grandes formadores de faixas-pretas.
Ricardo “Cachorrão” Almeida – Líder da RABJJ, em Nova Jersey
“Se eu tiver que apontar os três erros mais comuns dos faixas-azuis, a primeira com certeza será a postura. Eles são pegos diversas vezes no triângulo ou são raspados por estar com a postura errada. Para corrigir isso, meus alunos aprendem a abrir a guarda de pé e a passar a guarda emborcando o adversário. O segundo erro é a pegada das costas. Vejo os faixas-azuis perderem a posição por tentarem colocar os dois ganchos de uma vez. A correção disso é puxar o adversário para cima deles e colocar um gancho de cada vez. E o terceiro erro é o uso da força durante o combate. Pela inexperiência, eles tendem a dar preferência ao uso da força sobre a técnica, o que pode causar contusões. Para corrigir, nos mais jovens, o tempo e a experiência consertam a falha na maioria das vezes. Já entre os praticantes mais velhos, deixo claro que apenas tomando amasso nos treinos é que se corrigem os erros.”
Milton Regis – Líder da Kioto BJJ, em Sayville, NY
“Na faixa-azul, a confiança é algo a ser trabalhado e precisa ser exercitada como um movimento novo, e tanto pelo aluno como pelo professor. É tarefa do professor identificar quem são os alunos que estão a ponto de desistir. Como ajudar esse aluno? Oferecendo uma atenção especial, corrigindo detalhes, motivando toda vez que ele acertar algo, ainda que seja uma pequena evolução. Outra ideia é sugerir aulas privadas, e não forçar a participar de campeonatos se não for esse o objetivo do aluno. O praticante deve saber que uma eventual falta de fundamentos técnicos, se não for corrigida na faixa-azul, será muito difícil de ser sanada depois”.
Paulo Tavares – Líder da Paulo Tavares Academy, na Austrália
“Quando por baixo, montado, um bom lutador nunca estica o braço nem dá as costas para escapar. Mantém a cabeça no chão e os cotovelos colados ao corpo. Isso grande mestre Helio Gracie já dizia. E gosto também de trabalhar o lado emocional dos lutadores. Aqui na academia, gosto de dizer que todos somos campeões. Ano passado, levei meus alunos para competir e, pelo pouco tempo, eu iria voltar feliz se eles não fossem finalizados, mas para a minha surpresa, os oito que competiram foram campeões.”
Sérgio Correa – Líder do time Marra Senki
“Quando se fala em erros dos faixas-azuis, penso primeiro em controle de posição, depois em variação de posições, como por exemplo a variação entre estrangulamentos e chaves de braço e por último a insistência no erro, que só termina com muito treino específico.”
João Pedro Santos – Líder da Choke Academy
“Primeiro, falemos do estrangulamento da gola cruzada. Os faixas-azuis se precipitam e gastam força ao apertar antes de ajustar as pegadas, ou apertam abrindo os cotovelos. Para corrigir, os pulsos têm que ficar em contato com o pescoço na hora do ajuste e os cotovelos próximos um do outro enquanto a pressão no pescoço é feita com os pulsos. Na guarda, o erro está na postura. Os faixas-azuis se inclinam para frente ou para um dos lados, facilitando o ataque de quem está por baixo. E quando estão por baixo, não se preocupam em quebrar a postura do adversário antes de iniciar os ataques, o que facilita a passagem de guarda. Para resolver, se por cima, uma postura ereta dificulta para o adversário. Por baixo, deve-se ter claro que a postura do que está por cima deve ser quebrada. Por último, vejo que muitos faixas-azuis compram DVDs e livros de grandes estrelas do Jiu-Jitsu, mas por falta de experiência não conseguem discernir o que é realmente importante. No caso, o melhor é primeiro aprender os fundamentos antes de querer se especializar.”
Vinícius “Draculino” Magalhães – Líder da GB Texas
“A faixa-azul é o momento mais complicado da caminhada dentro do Jiu-Jitsu. Vemos uma grande discrepância técnica entre os atletas, já que encontramos desde aquele que acabou de ganhar a faixa até aquele que endurece com os mais graduados. Tecnicamente, porém, aponto a fraqueza na defesa contra finalizações, a falta no ajuste do posicionamento e a demora para captar os erros do adversário.”
Demetrius Ramos – Líder da Tucson BJJ, no Arizona
“Os faixas-azuis não têm uma boa base em pé. Para melhorar, precisam treinar mais técnicas do jogo em pé, além de outras opções como puxar para guarda. Outro problema é o desconhecimento das regras. Para isso, basta estudar as regras da IBJJF e participar de cursos de arbitragens. Por último, os azuis cansam rápido, principalmente nos grandes eventos. Para melhorar, deve-se acostumar a treinar mesmo estando cansado.”
Rafael Lovato Jr – Líder do Lovato Jiu-Jitsu, em Oklahoma
“É difícil ser específico, pois o faixa-azul ainda tem muito a aprender, mas há pontos que merecem destaque. Deve-se manter os braços fechados quando o adversário estiver passando sua guarda. Muitos se esquecem disso e deixam o oponente colocar o gancho por baixo, o que torna a passagem de guarda quase certa. Para se prevenir, os braços devem estar colados. Outro erro é quando estiver passando a guarda, lembre-se de manter os cotovelos colados ao corpo, o que vai prevenir a guarda-aranha, raspagens, ataques ao braço, triângulos etc.”
Alexandre “Soca” Carneiro – Líder da Soca BJJ, em New York
“Três dicas: na meia-guarda, por baixo, o certo é entrar com o braço por baixo da axila do oponente para criar mais espaço para a reposição. Quando for pego na chave de pé, não rode para o lado contrário da torção, mas para o lado da pressão. Quando for atacado no estrangulamento, não tente abrir a própria gola, o que só irá ajudar o oponente a enterrar a mão.”
E para você, qual é o erro mais comum na faixa-azul do Jiu-Jitsu? Comente com a gente.