Jiu-Jitsu na África: Projeto de campeão do UFC muda vidas em Camarões

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Sam Crook e sua jovem equipe de Camarões. Foto: Antoine Martin Photography

Nascido em terras inglesas, o faixa-preta Sam Crook encara uma comovente missão. Sob o comando de Francis Ngannou, campeão dos pesos pesados do UFC, Sam trocou o conforto da Inglaterra pela dura realidade de Batié, vilarejo de Camarões, na continente africano. Seu objetivo é inspirador: ensinar o Jiu-Jitsu para as crianças locais e oferecer a elas uma diferente perspectiva de vida dentro do esporte. As informações são do jornalista Marcelo Barone, do Combate.com.

A ideia surgiu através de uma postagem nas redes sociais de Ngannou. Na publicação, feita em 2019, o campeão buscava um professor de Jiu-Jitsu para integrar seu projeto social. Crook, que finalizava sua faculdade de Fisioterapia, se sentiu inspirado pela iniciativa e fez contato com o campeão, que prontamente marcou uma entrevista. Poucos meses depois, o inglês chegava a Batié para dar inicio a sua nova jornada.

“A inauguração da Fundação aconteceu em fevereiro de 2019”, contou Crook. “Mas o Jiu-Jitsu começou só em julho, quando cheguei. Os primeiros meses foram muito difíceis. Eu não falava praticamente nada de francês, não havia muitos alunos e eles não tinham quimonos para treinar. Eu não tinha ninguém para fazer posições para mostrar a eles.”

Os resultados foram promissores. As crianças, acostumadas a um estilo de vida trabalhador e com pouco espaço para o lazer, demonstraram grande interesse pelo Jiu-Jitsu. Apenas seis meses após a chegada do inglês, elas já apresentavam grandes avanços na parte técnica e realizavam posições sem precisar de ajuda. Ao notar a capacidade e dedicação de seus jovens pupilos, Crook faz uma mudança de planos.

“Quando vi o quão rápido aprendiam as técnicas, falei: ‘Não posso deixá-los após só um ano’. Começamos do zero e eles chegaram a um nível razoável. Há muitas coisas ruins, mas a recompensa é ver crianças que saem do nada e levá-las a um alto nível através do esporte. Elas têm potencial, são resilientes, me inspiram. É motivação suficiente para que eu releve as outras coisas.”

Com senso de comprometimento, Sam conta que não planeja retornar a Europa pelos próximos dez anos. Há mais de um ano com ausência de água encanada, energia elétrica instável e oferta limitada de comida nos supermercados, o inglês promete que só deixará o país após formar um faixa-preta, montar um time de competições e fazer tudo em seu poder para que essas crianças possam encontrar uma vida melhor dentro do Jiu-Jitsu. E você, caro leitor, já pensou em mudar vidas com o Jiu-Jitsu? Comente conosco!

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