Entrevista exclusiva: Elizeu Capoeira explica o detalhe de Jiu-Jitsu que valeu a vitória no UFC

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Capoeira aperta Curtis no estrangulamento vencedor do UFC Wichita. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC via Getty Images

No apelido, “Capoeira”. No chão, Jiu-Jitsu de alta qualidade. Assim é Elizeu Zaleski dos Santos, 32 anos, que não perde no UFC desde 2015 e cada vez mais persegue os holofotes no peso até 77kg.

No último fim de semana, no UFC Wichita, no Kansas, Elizeu Capoeira (21v, 5d) finalizou a pedreira Curtis Millender no primeiro round, após bonita queda e o estrangulamento mão com mão pelas costas, o famigerado esgana-galo.

Dono de estilo empolgante na trocação, Elizeu é faixa-preta de Jiu-Jitsu, aluno de Cristiano Marcello, líder da CM System, de quem aprendeu detalhes interessantes que costuma usar no octagon. Confira o que aprendemos com a fera, nesta entrevista exclusiva a seguir.

GRACIEMAG: O Curtis Millender também não perdia desde 2015, e você fez parecer fácil. Qual era a tática?
ELIZEU CAPOEIRA: Nossa estratégia era chamar a atenção dele na parte em pé, e assim que ele criasse uma oportunidade, uma brecha, eu partiria para levar a luta para o chão, para trabalhar no Jiu-Jitsu. Treinamos muito essas situações de solo, e tenho certeza de que o giro confundiu ele no chão. Ele não sabia muito o que fazer – e isso também fazia parte da estratégia, trazer volume de jogo no solo para obrigá-lo a tentar remapear a situação onde ele estava. Quando o oponente se atrasa para tentar fazer as defesas, fica mais fácil para quem ataca. E foi assim que eu pude buscar a finalização.

Teve um detalhe no giro em que você deu um tapa no braço dele para ajustar o estrangulamento. Era uma posição programada?
Sim, é uma transição que eu aprendi com o meu professor Cristiano Marcello. É um ajuste que a gente sempre faz partindo da técnica do cinto de segurança ou “seat-belt”, tanto quando o rival está de quatro apoios ou virando de costas no chão. É uma posição do dia a dia mesmo, bem básica dos treinos, então ela acabou saindo no automático. Vale lembrar que a parte da luta que estava no solo foi bem perto do meu córner, então ainda tive instruções em tempo real da equipe, o que ajudou ainda mais!

Qual é o seu plano agora no UFC? Enfrentar um top 5?
Espero um atleta bem ranqueado, apenas. Já pedi vários atletas e não fui correspondido, então a meta agora é estar pronto e esperar o próximo chamado. Meu objetivo maior é realizar lutas emocionantes e dar o meu melhor para o público. Meu trabalho fala por si só.

Conte um pouco para quem não o conhece como foi sua trajetória, da capoeira para o MMA.
Comecei criança na capoeira, com 9 anos, foi a minha primeira arte marcial. Migrei para o MMA com 19 e fiz minha primeira luta com 21 anos. Comecei no Jiu-Jitsu na mesma época em que comecei a lutar MMA. Não levava tão a sério naquela época, treinava pelo MMA apenas, só mais tarde intensifiquei e comecei a competir de kimono também.

Capoeira com Jiu-Jitsu é uma fórmula perfeita para o lutador, na sua visão?
Sinto que sim, a capoeira me deu muito da elasticidade, flexibilidade e agilidade que tenho hoje, e muito disso eu aproveito no Jiu-Jitsu. Fica fácil praticar outro esporte com a mobilidade da capoeira como base. E a capoeira influencia muito positivamente no meu jogo de Jiu-Jitsu também, principalmente na questão da versatilidade, aspecto essencial para se dar bem no Jiu-Jitsu.

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