Como não jogar seus faixas-brancas aos tubarões, com prof. Luis Marques

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Confira as dicas do professor. Foto: Reprodução

Campeão mundial master e faixa-preta há uma década, Luis Marques sabe que todo craque do Jiu-Jitsu já passou pelos mares turbulentos da faixa-branca, quando mais de 80% dos praticantes pulam fora da academia. Muitas vezes, isso ocorre porque os novatos se sentem jogados aos tubarões, em especial ao rolarem com praticantes mais cascudos. O professor e líder da LR Extreme detalhou sobre a didática e o sistema de ensino que vem adotando, para estimular os novos alunos, e manter todo e qualquer faixa-branca seguro a bordo. Confira!

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1. “Em nossa academia, fazemos questão de deixar o faixa-branca extremamente confortável nas primeiras dez aulas. Naquelas primeiras dez aulas, ele só vai sentir o Jiu-Jitsu, não lutar”, diz o professor de 38 anos.

2. “O aluno recém-chegado precisa primeiro se aclimatar, gostar de estar ali naquele ambiente e se sentir bem com o kimono e aquela faixa amarrada. Procuramos então realizar uma aula com dez minutos de alongamento, aquecimentos específicos para o Jiu-Jitsu, aula de fundamentos e técnicas básicas do nosso Jiu-Jitsu.”

3. “Nestas primeiras aulas, basicamente o aluno vai aprender a se movimentar no Jiu-Jitsu, e começar a aprender um pouco dos nomes e regras da arte marcial. É nessa etapa que o aluno também pode tomar conhecimento de algumas técnicas de defesa pessoal e aulas mais lúdicas, a depender da idade do novato. Isso vai durar umas duas ou três aulas. O objetivo é que ele se divirta e se encante com o Jiu-Jitsu, e não que enfrente ninguém.”

4. “Após conhecer os fundamentos e nomes das posições, a aula avança para conectar as técnicas. Uma fuga de quadril, uma reposição de guarda, uma aula mais detalhada de defesa pessoal, e assim vai. Seu corpo assim começa a ganhar percepção e mobilidade para progredir.”

5. “A partir da quinta aula em diante, o faixa-branca começa a trabalhar movimentos mais específicos. Chegada no cem-quilos, abrir a guarda, uma raspagem seriam exemplos. E tudo isso em forma de drill, sem nenhum tipo de rola ou confronto nas primeiras dez aulas.”

6. “Aqui em nossa escola, temos ainda um sistema que tem funcionado. A primeira aula do aluno, de modo geral, é feita num dojo com cortinas fechadas, para que ele se sinta totalmente à vontade para perguntar, errar, repetir a movimentação. É basicamente uma aula particular para o novato se encantar de vez com o treininho.”

7. “Estas dez primeiras aulas podem ser feitas em separado, numa turma separada. Quando o estudante completa as dez aulas, avança para a turma iniciante, com faixas-brancas um pouco mais experientes.”

8. “Para ele rolar a primeira vez, eu tenho uma filosofia que faixa-branca novo não deve rolar com faixa-branca. E retiro também a finalização nesta etapa, pois é onde os iniciantes em geral exageram e se contundem. Normalmente a gente escala um graduado contra um faixa-branca”.

9. “Após 35 aulas em média, já vejo o faixa-branca apto a rolar com outros faixas-brancas. É o equivalente ao praticante que já tem o primeiro grau na faixa. Mas ainda assim não libero chave botinha e finalizações mais arrojadas. A partir de 70 aulas, libero a chave de pé para o faixa-branca – quando ele treinar com um mais graduado.”

10. “Um ponto importante para que toda essa didática funcione é que os instrutores e professores da equipe estejam bem treinados e escolados. Com tudo bem esquematizado, o instrutor sabe em que turma ou estágio o novo aluno está.”

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