Foto de fim de ano da academia Calasans Camargo, em São José dos Campos. Foto: Divugalção
O faixa-preta Claudio Calasans Jr chegou ao fim de sua temporada particular no Jiu-Jitsu, e só pode agradecer. Campeão mundial peso médio na IBJJF e campeão absoluto no ADCC 2015, o professor da academia Calasans Camargo, em São José dos Campos, SP, comemorou o ano vitorioso com os alunos, com uma festa de graduação das mais felizes, e não apenas graças aos títulos inéditos. Ano que vem, a escola fundada pelo pai de Calasans celebra 30 anos, e as celebrações já começaram.
GRACIEMAG conversou com o campeão, nosso GMI, sobre as conquistas e sua academia. O atleta da equipe Atos, que só retorna aos torneios no ano que vem, aproveitou a pausa para ensinar variadas lições. Confira!
GRACIEMAG: Para você, 2015 foi mesmo um ano incomparável na carreira?
CLAUDIO CALASANS: Sim, este foi o ano mais especial em toda a minha carreira. Alcancei dois títulos até então inéditos, o que foi ainda mais especial pois há nove anos eu batia na trave. No Mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF, eu me senti muito na obrigação de vencer, depois de tantas pratas. Ao mesmo tempo em que havia essa pressão, na minha cabeça eu tinha uma certeza de que havia enfim chegado a hora, e lutei com vontade redobrada para vencer. Já no ADCC 2015, a diferença foi grande, pois apesar de eu estar muito treinado para tentar ganhar a categoria, o absoluto não fazia parte dos planos, mesmo porque havia muitos caras bons e mais pesados. Eu nem imaginava disputar o absoluto, e quando decidi lutar, na véspera, caí dentro para me divertir. Mas a cada luta fui chegando mais perto do título, venci degrau por degrau e fui campeão, após a final com o João Gabriel Rocha.
Você treinou de forma diferente este ano ou fez o mesmo de sempre?
Minha preparação todo ano é sempre bem feita, afinal procuro entrar sempre muito bem preparado, sempre na minha melhor forma física e com o Jiu-Jitsu bem estudado. O Jiu-Jitsu é a aquela escada infinita, e procuro a cada dia subir um degrau. O que mudou mesmo foi a cabeça. Desliguei minha mente e minha percepção de tudo durante o Mundial 2015 e só fiquei concentrado no que precisava fazer para fazer meu jogo e vencer no evento. Criei um mundo paralelo ali durante o Mundial, só prestei atenção no que eu precisava para lutar e vencer.
E no ADCC 2015? Fez algum camp diferente?
Para o ADCC eu decidi treinar mais minha parte de pé, já que o chão estava em dia depois do Mundial. Eu quis dar mais atenção a esta parte de quedas para ter certeza de que eu iria estar 100% seguro, sem dar chance alguma para meus adversários me derrubarem. E o mais importante: sempre obrigando meus oponentes a passarem a luta preocupados em se defenderem. Investi nisso e lutei com toda a confiança. O fato de eu ter chegado lá após disputar três ADCCs e mais três seletivas anteriormente também foi importante, pois eu estava bem tranquilo quanto às regras, que no ADCC são diferentes do Jiu-Jitsu. A experiência contou muito.
E na academia? O ano também foi especial como professor?
Sempre, graças a Deus. Em 2016 comemoramos 30 anos da academia Calasans Camargo, que começou com meu pai e continua comigo, cada vez mais forte. O Jiu-Jitsu segundo nossa visão é uma arte marcial perfeita para a transformação das pessoas. É isso que nos deixa mais felizes do que títulos: ver um aluno se transformando, com um caráter forte e atitudes corretas. Temos a equipe que compete e damos toda a atenção e apoio, mas nossa missão principal é criar pessoas de bem que melhorem nossa sociedade. É o que nos dá a maior alegria como professor.
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