Campeão brasileiro de Jiu-Jitsu é barrado nos EUA e não luta o Mundial 2015

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Luan Carvalho faz pegada no kimono de Michael Langhi. Foto: Jair Sinistro

Luan Carvalho faz pegada no kimono de Michael Langhi, no Brasileiro de Jiu-Jitsu de maio. Foto: Jair Sinistro

Entre os cerca de 400 competidores que estão zarpando do Brasil para o Mundial de Jiu-Jitsu em Long Beach, na Califórnia, um faixa-preta perdeu o campeonato antes mesmo de lutar.

Atual campeão brasileiro peso leve, Luan Carvalho, da equipe Nova União, não conseguiu entrar nos Estados Unidos para disputar o torneio. O lutador foi retido por horas pela imigração americana e depois obrigado a retornar ao Brasil, perdendo a viagem e a chance de conquistar o sonho dourado no Mundial da IBJJF.

“Saí do Brasil no último dia 18 de maio rumo aos Estados Unidos, na busca de lutar mais um Mundial da IBJJF. Ter a oportunidade de lutar o Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu é uma honra e sonho de qualquer atleta, ser campeão então seria indescritível. Mas o sonho foi interrompido: fiz um bom voo, mas ao chegar na imigração em Houston, fui levado para a sala de imigração, me interrogaram de tudo quanto é forma sobre o que eu iria fazer no país. Eu, de forma respeitosa e humilde, respondi que era um cidadão de bem e que vinha ao país para conquistar um sonho: ser campeão mundial na faixa-preta, e apenas competir”, comentou Luan, em carta ao GRACIEMAG.com.

“Sempre competi nos EUA, foi esse sempre o meu motivo de entrada na América. Nunca fiquei ilegal, nunca ultrapassei o tempo de permanência no país deles, eles alegaram muitas entradas na América para um simples turista. Infelizmente duvidaram da minha índole e da minha verdade, fui tratado como prisioneiro. Me algemaram, reviraram minha mala, revistaram-me, e eu de tudo quanto é forma apresentei inúmeras provas que era apenas um lutador de Jiu-Jitsu, e que meu único intuito no país era disputar uma competição”, relata o campeão da Nova União, que apresentou carteira de estudante da Estácio de Sá, passagem de volta e a inscrição paga para o Mundial. Nada foi suficiente.

“Eles alegaram que eu iria ficar a trabalho, que devido ao número de entradas eu só podia ser trabalhador ilegal, e iria dar aula de forma ilegal na América depois da competição. Provei todos os meus vínculos no Brasil, e eles não acharam nenhuma prova concreta de que eu iria realmente trabalhar ilegal no país deles, mas nada adiantou: tive meu visto cancelado e fui colocado no voo de volta para o Brasil.

Luan viaja para disputar campeonatos de Jiu-Jitsu nos EUA e no exterior desde 2009, e lamentou muito o tratamento que recebeu, por fim:
“Os americanos chegam ao Brasil e são tratados como rei, e no país deles fazem uma covardia com atletas. Fui preso de 6h até as 20h, sem comida, sem água, sem poder me comunicar com meus familiares ou conseguir ajuda, e ainda fui mal tratado”, concluiu Luan, que agora pretende dar uma série de seminários para levantar recursos para conseguir um visto de atleta e conseguir limpar seu nome com a ajuda de um advogado americano.
GRACIEMAG deseja boa sorte a Luan e a todos os competidores a caminho dos EUA.

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