Caio Terra analisa o que foi fundamental para ser bicampeão mundial de Jiu-Jitsu

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Caio Terra foi o campeao mundial dos galos em 2013 Foto Ivan Trindade

Caio Terra foi o campeao mundial dos galos em 2013 Foto Ivan Trindade

Encerrado no dia 2 de junho, em Long Beach, Califórnia, o Mundial da IBJJF teve emoção de sobra também entre os franzinos.

A sempre aguardada disputa no peso-galo foi decidida por Caio Terra (Caio Terra) e Bruno Malfacine (Alliance). A luta foi muito estudada e decidida nos detalhes. Dono de uma guarda ferrenha, Caio desbancou o pentacampeão mundial Bruno Malfacine por 4 a 2, com duas raspagens.

Caio conversou com GRACIEMAG e analisou sua final com Bruno, falou do seu aspecto mais forte em Long Beach, e mais.

GRACIEMAG: Qual foi o seu diferencial na disputa do Mundial 2013?

CAIO TERRA: A união da minha equipe. A gente pode ser pequena, mas em união somos gigantes. E claro, com certeza com boa parte da torcida estando do meu lado me deu uma vontade extra para buscar esse título até o final da luta. O peso não foi problema nenhum: eu estava treinando com 58kg de kimono uma semana antes de eu resolver trocar para o peso-galo. Na verdade eu ia de pluma porque eu queria um novo desafio, mas meu time me convenceu a lutar de galo.

Você e o Bruno já se conhecem bem e este ano você o venceu em duas finais. Como foi reencontrá-lo em mais uma final de Mundial?

O Bruno é sempre um cara difícil de bater. Ele é o cara mais rápido e mais forte do peso. Além de ele ser a pessoa mais bem preparada fisicamente do peso-galo, Bruno é um atleta extremamente técnico. Então nossas lutas são sempre bastante disputadas.

Qual é a receita para vencê-lo?

Não pode deixar o Bruno começar ganhando, porque ele começa a ditar o ritmo da luta e não me deixa lutar. Como ele subiu primeiro e ganhou a vantagem de ter ido para cima e de quase ter passado, eu fiquei meio que desesperado, porque eu sabia que ele não iria me deixar solto, o que dificultaria muito de virar a luta. No Pan a vitória foi mais tranquila porque eu comecei ganhando, então ele teve que se movimentar mais, o que me deixou bem mais solto e tranquilo.

Achou algo diferente no Malfacine nesta disputa?

Quando eu encaixei a raspagem com quase 7min de luta, ele ficou só se equilibrando e resistindo à raspagem. Eu continuei insistindo, pois sabia que uma hora ele ia acabar cansando e cedendo a posição. Eu raspei e ele conseguiu me raspar de volta, mas quando ele caiu por cima novamente a pressão dele já não era a mesma de antes.

Qual foi a maior lição desse torneio após ter feito 6 finais consecutivas em Mundiais?

Eu venho competindo por mais de seis anos na faixa-preta, então claro que você sempre aprende uma coisinha aqui e ali. De modo geral, não teve nada muito de novo que eu estou levando comigo. Agora, sem dúvidas esse campeonato provou para muita gente que não existem favoritos em um Mundial. Vários favoritos caíram bem antes das finais e apesar de eu ter sido campeão fiz lutas duríssimas e saí perdendo em quase todas as lutas.

Qual momento te chamou mais atenção no campeonato?

Foi a luta das quartas-de-final do peso-pena. O Augusto Queixinho fez um lutão com o Mario Reis; infelizmente os juízes se atrapalharam e a vitória acabou saindo para o Mario. Mas que luta foi aquela!

Qual é a meta para o restante de 2013?

Agora estou embarcando para fazer minha turnê pela Europa, depois vou ao Canadá e México, onde eu, Felipe Costa e Comprido estaremos fazendo um camp de Jiu-Jitsu para famílias, vai ser muito divertido. Depois vou viajar pelos EUA para fazer meus seminários por aqui. Meu foco não é mais nas competições há um bom tempo. Eu ainda compito porque ainda me divirto mas, meus maiores objetivos são, sem dúvidas, ajudar as academias filiadas a mim a se desenvolverem, espalhar minhas filosofias pelo mundo através dos meus seminários e ajudar com a evolução do esporte, sempre tentando transmitir uma imagem positiva.

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