Árbitro da IBJJF destrincha as principais mudanças nas regras do Jiu-Jitsu

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Léo, árbitro da IBJJF. Foto: IBJJF

Léo, árbitro da IBJJF. Foto: IBJJF

Um dos principais árbitros da IBJJF, maior federação do Jiu-Jitsu no mundo, Léo D’avila foi o convidado desta segunda-feira para esclarecer algumas questões sobre as novas regras da arte suave. As lições são para deixar você, leitor de GRACIEMAG, atendo e mais estratégico nas competições de Jiu-Jitsu. Léo viaja para os quatro cantos do mundo ministrando sobre regras e técnicas de Jiu-Jitsu, em seus seminários.

“É fundamental em qualquer esporte que se faz, principalmente quando falamos a nível competitivo, saber as regras em geral, do que é válido ou não para sua faixa no esporte, como também as regras específicas e mais complexas que exigem mais atenção”, conta o aluno de André Galvão.

A seguir, confira os ensinamentos do faixa-preta da Atos, sobre a dupla puxada, punições, vantagens, single-leg e muito mais.

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1. Dupla puxada

“A nova definição sobre a dupla puxada de guarda, que foi implantada há pouco tempo no Mundial, se encaixou perfeitamente nos objetivos da federação. A regra obriga os dois atletas a se definirem mais rapidamente, buscando a luta. Os atletas que puxarem juntos tem, a partir de agora, somente 20 segundos para agir antes que o juiz interrompa e volte em pé, com punições para ambos os lados. Com isso, uma dica para quem gosta de fazer esse jogo é que não pare de atacar no tempo permitido e tente atingir seu objetivo o quanto antes. Não espere ou hesite em tentar. Enquanto houver um risco de pegada pelas costas evidente, ou uma finalização encaixada, a luta continuará. Ao se desfazer da posição de ataque ou defesa, você terá que tomar uma decisão: ir para cima com a vantagem de ter subido ou aceitar a volta em pé, com punição para os dois”.

2. Single-leg com a cabeça para fora

“A situação em pé do single-leg é: agarrar uma única perna para derrubar o oponente com a cabeça de quem está atacando para fora. É bem mais simples do que parece. O que deixou de ser válido, e faz total sentido, é você querer forçar o seu oponente a bater com a cabeça diretamente contra o solo. Na visão do árbitro, isso é interpretado como um bate-estaca, uma posição altamente perigosa para a integridade física do seu adversário, o que não combina com o desporto. A posição é caracterizada pela pegada na faixa e o cotovelo em direção da nuca. Lembrando que, mesmo com a cabeça do seu oponente para fora, é válido você tentar contragolpes, como ir para as costas, quebrar as pegadas do adversário com o sprawl ou até mesmo também utilizar o Sumi-Gaeshi (queda; sendo a técnica utilizada perfeitamente). Vale também lembrar que, para os faixas-brancas, como também as divisões juvenis e infantis, essa posição de single-leg com o oponente com a cabeça para fora será interrompida imediatamente e a luta regressará para a posição inicial, sem penalidades. Ou seja, neste caso fica a dica de poder se desenvolver uma nova forma de defesa ao empurrar a cabeça do seu oponente para fora, onde a luta deverá ser interrompida pelo árbitro imediatamente”.

3. Tempo de amarração

“Sobre tempo de amarração nada mudou. Não está querendo lutar e ficou 20 segundos totalmente parado, ou somente enrolando, vai ser penalizado. A maioria dos árbitros são faixas-pretas experientes, eles vão saber identificar facilmente quando o atleta quer e quando não quer lutar. Porém, se você é um estrategista de primeira e leva a regra de baixo do braço para o campeonato, este é um ponto em que você pode tirar proveito. A dica neste caso é estar atento a contagem do árbitro, a maioria olha no relógio ao abrir a contagem de 20 segundos, e ter um cronometro mental para se movimentar convincente antes de completar o tempo para não tomar a punição. Lembre que guarda aberta também é passível de receber punição”.

4. Vantagens

“Para os bons estrategistas esse é um ponto fundamental para o sucesso do seu jogo. A vantagem é concedida em toda posição passível de pontuação ou de finalização da luta que por pouco não foi concluída, como também em situações especiais como ao ganhar o domínio da meia guarda por cima, domínio este sobre a parte superior do corpo. Mas isso também pode vir junto com uma penalidade para o seu oponente, caso ele pare de se movimentar. Como dito anteriormente, o árbitro com toda sua experiência e vivência no esporte, por isso terá o poder e dever de interpretar se realmente tal posição foi passível de ser atribuída com uma vantagem ou não.

“Muitos também continuam com uma ideia antiga e errada, pensando: ‘se meu oponente defendeu um golpe é vantagem’. É o árbitro que faz esse julgamento, ele que analisa. A posição necessita estar bem justa e próxima realmente da finalização do combate, oferecer perigo real, para merecer vantagem, ou então é luta que segue. Todos têm o direito e dever de se defender durante uma luta. Lembrando que assim como os pontos, as vantagens também são progressivas e acumulativas. Por exemplo, ganha duas vantagens ao tentar raspar e montar, caso o atleta não estabilize a posição. A dica aqui é simples: não lute por vantagens. faça pontos e finalize”.

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