A guerra Michelle x Kyra e outras batalhas do Mundial

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Michelle sorri com o tempo chegando ao fim no cronômetro. Fotos: Ivan Trindade.

Só quem treina para um Mundial sabe o sacrifício que é. Por isso a alegria é tão especial – e a dor, no caso da indesejada derrota, vem com a mesma intensidade. Só que no sentido contrário.

Antes de ir para a Pirâmide de Long Beach, Michelle Nicolini (CheckMat) comentava com o GRACIEMAG.com sobre como seria a caminhada para o título, e o provável encontro com Kyra Gracie (Gracie Elite): “Espero que lutemos. Vai ser especial, não vai?”.

De fato, foi uma luta marcante. Pelo equilíbrio, pela vontade demonstrada pelas duas, pela técnica de duas atletas leves (na verdade, penas hoje) que já se consagraram no absoluto. Ou seja, atletas admiráveis.

“As duas são muito técnicas, estratégicas e têm muita garra. Mas acho a Michelle mais agressiva”, soprou um professor da CheckMat.

A luta corria quando se deu o momento chave, um dos mais discutidos do campeonato. Michelle levantou Kyra e a levou ao chão. Para o árbitro central, Muzio De Angelis, o movimento começou quando as duas estavam coladas ao chão, ou seja, não seria ponto. Para os dois árbitros laterais, porém, configurou-se a queda – eles interpretaram de forma diferente do árbitro, que, minoria, teve de dar os pontos. Quatro a quatro no placar, Michelle vencia por uma vantagem, uma vitória extasiante, marcante, sofrida.

E ainda mais sofrida para Kyra, que numa cena emocionante, exorcizou o resultado infeliz num mar de lágrimas no ginásio, um choro tão sentido que ela nem escutou quando Muzio foi tentar comentar o ocorrido e dar uma força para a Gracie.

O resultado das meninas foi um dos três mais debatidos pelos professores, árbitros e torcida em Long Beach. Em outra luta tensa, uma semifinal, o pesadíssimo Rodrigo Cavaca prendia o pé de Marcio Pé de Pano, quando o veterano campeão absoluto berrou “ai”, pedindo para o juiz conferir que a perna de Cavaca havia cruzado no seu joelho, manobra proibida. Nenhum dos juízes atestou que a perna cruzara de forma imprópria e Pé foi desclassificado por gritar num golpe encaixado – o que caracteriza-se como desistência, sinônimo de dar os tapinhas.

Outra guerra discutida foi a luta válida pelas quartas-de-final dos leves entre o campeão Gilbert “Durinho” Burns e Lucas Lepri, em que os dois lados discutiram por eventuais pontos equivocados no placar.

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