7 lições do melhor competidor de Jiu-Jitsu de 2015, Bernardo Faria

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Bernardo Faria teve um ano perfeito, com o ouro duplo no Mundial de Jiu-Jitsu, na Califórnia. Foto: Ivan Trindade

Bernardo Faria teve um ano perfeito nos dojôs, com o ouro duplo no Mundial de Jiu-Jitsu, na Califórnia. Foto: Ivan Trindade

Em nossa edição #226, já nas bancas, GRACIEMAG elegeu os lutadores mais impressionantes da temporada 2015 no Jiu-Jitsu de competição. O eleito como melhor competidor do ano por nossa equipe foi o campeão mundial absoluto na faixa-preta, o mineirinho Bernardo Faria, rei da meia-guarda da Alliance.

Entrevistado por nossa equipe diversas vezes ao longo do ano, Bê Faria distribuiu uma série de lições imperdíveis para quem procura evoluir diariamente no Jiu-Jitsu, e quem sabe se tornar um grande campeão na arte suave. Hoje, o GRACIEMAG.com destaca sete destas lições, publicadas originalmente em nossas páginas na revista.

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* Planejando o treino:

O atual campeão mundial absoluto costuma treinar duas vezes por dia. Sua receita é dar seu máximo nessas duas sessões, e procurar descansar bastante entre elas. “Prefiro realizar dois treinos e ir até o meu limite do que treinar quatro vezes por dia sem energia, sem tempo para descansar”, explica a fera. “Ainda mais agora que completei 28 anos, e é preciso se preparar com mais inteligência para evitar contusões”.

* Mude sua mentalidade com o tempo:

Recentemente, Bê mudou sua mente ao treinar. “Adotei uma nova mentalidade de treino que é a seguinte: de onde eu estiver, seja na posição que for, eu preciso estabilizar e logo tentar uma finalização. Por exemplo, se passei a guarda de um colega, eu conto até três, imagino que recebi os pontos, e tento imediatamente um bote para finalizar, sem jamais ficar parado na posição. Isso tem acelerado meu ritmo nos campeonatos, por mais que na hora da luta eu até precise dar uma parada maior. Sinto que estou cada vez buscando mais as finalizações no modo automático”, descreve.

* Otimismo x pessimismo:

“Costumo dizer que sou o cara mais pessimista do mundo e o mais otimista do mundo”, explica o faixa-preta mineiro, que começou a treinar na BTT Juiz de Fora. “Consigo me imaginar perdendo de diversas maneiras para qualquer oponente. Mas também sou otimista a ponto de me ver vencendo todos eles. A vantagem de ser assim como lutador é que nunca menosprezo ninguém, mas também não sinto insegurança. Sou capaz de olhar para um faixa-azul e pensar sinceramente que ele pode me vencer – se eu der bobeira. E consigo olhar para qualquer lutador do mundo e me ver raspando-o e passando sua guarda. Sou assim em tudo que faço, fora ou dentro da academia. Tudo pode dar certo, e tudo pode errado. Há sempre dois lados em qualquer situação, duas possibilidades e dois desfechos. Vitória e derrota, azar e sorte. O que precisamos fazer é trabalhar duro e a sério, para diminuir os riscos”.

* Como se concentrar para a luta:

No Mundial 2015, Bernardo andava sempre pela Pirâmide de Long Beach com seu fone nos ouvidos. No som, um rock do Linkin Park, por vezes um rap agitado do Eminem ou a música “Fort battle”, da trilha sonora do filme “O último dos moicanos”. O som lhe ajuda a pensar somente na próxima luta. A lição é desligar a mente do resto, e ter um objetivo por vez.

* Lidando com as derrotas no treino:

“Campeonatos são divertidos. A parte mentalmente mais desgastante da luta é o treino. É no dia a dia do treino que o cara demonstra ter um lado psicológico acima dos outros. O lutador confiante não é necessariamente o cara que chega e finaliza todo mundo nos treinos – a confiança se mostra quando o cara aceita que para treinar até o seu limite, e ultrapassá-lo, ele será finalizado nos treinos, muitas vezes por lutadores menos graduados, e mesmo assim não deixa aquilo abalar sua confiança”, reflete o faixa-preta da Alliance.

* Escolhendo com quem treinar:

“Quando o treino começa, já no aquecimento eu trato de escolher com quem vou fazer os rolas naquele dia. E sempre escolho os companheiros mais duros que puder. Sei que vou treinar até ficar exausto, sei que vou chegar ao meu limite e que aqueles caras vão passar a minha guarda, vão me dar pressão e vão me finalizar. Só que entendo isso como um treino mental, um sufoco que será crucial para minha evolução, para melhorar o meu gás e minha resistência. O fato de um colega menos graduado finalizar você, e você realizar cinco rolas depois disso, é o que deixa você cada vez mais forte no Jiu-Jitsu. O lutador que passa por isso e permanece confiante no seu jogo está pronto para qualquer desafio. É assim que procuro pensar”, ensina Bê Faria.

* Como parar Leandro Lo:

Numa de suas lutas mais marcantes no Mundial 2015, na semifinal do absoluto, Bê Faria passou a guarda e finalizou o elétrico e temido Leandro Lo. O que ele fez para cumprir esse trabalho para lá de hercúleo? “Contra o Lo, assim como contra qualquer um, meu objetivo é tentar trazer o oponente para o meu jogo o mais rápido possível. Eu não quero de jeito nenhum entrar no jogo dele. Se meu adversário tem um tipo de guarda excelente, não deixo nem que o cara comece a engatilhar a guarda dele”, esclarece.

E você, amigo leitor? O que aprendeu de especial na temporada 2015? Comente com a gente e enriqueça o debate com os demais leitores praticantes de Jiu-Jitsu!

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