João Gabriel, 18 ouros em Brasileiros, revê o triunfo e o revés em Barueri

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Joao Gabriel vs Leonardo Nogueira no Brasileiro 2013 Foto Rafael Carvalho

João Gabriel mira o pé de Leonardo Nogueira, na final dos superpesados no Brasileiro 2013. Foto: Rafael Carvalho

Com todas as suas medalhas de peso e absoluto, João Gabriel Rocha (Soul Fighters) chegou à incrível marca de 18 títulos nas 20 edições do Brasileiro de Jiu-Jitsu que a CBJJ realizou até hoje, desde 1994.

O jovem carioca, campeão desde os 4 anos, tem peças douradas nas faixas amarela, laranja, verde, azul, roxa, marrom e agora na preta – com direito a uma final épica sobre um dos monstros da Alliance, Leonardo Nogueira.

“Se não me engano, ele só não ganhou dois Brasileiros – um ele perdeu, na faixa-amarela. O outro, na faixa-laranja, ele não participou, pois o campeonato caiu no dia da entrega de faixas da nossa academia”, lembra Bruno “Tanque” Mendes, um dos líderes da Soul Fighters.

Na final, João Gabriel venceu Léo Nog por goleada. Abriu 2 a 0 ao atacar o pé de Nogueira (foto), que rodou para fora. Depois, passou a sinistra guarda da fera da Alliance e pegou as costas, abrindo 9 a 0. Léo defendeu as costas e raspou, mas logo em seguida o campeão raspou de volta, 11 a 2.
“E olha que ele nem queria lutar o peso depois de perder no absoluto, foi na pressão que o Tatu e eu fizemos, enchendo o saco dele. Aquele trabalho de psicológo clássico do Jiu-Jitsu”, completou Tanque.

O pupilo de Leandro “Tatu” comentou com GRACIEMAG seus melhores momentos no campeonato em Barueri, e os piores também. Confira:

GRACIEMAG: Depois de 17 medalhas de ouro em Brasileiros, em todas as faixas, enfim o ouro na faixa-preta. A sensação foi diferente?

JOÃO GABRIEL ROCHA: Foi inesquecível, mas acho que no fim das contas entrei para lutar bem relaxado, como em todas as faixas. Tirei qualquer pressão de ter de ganhar, passei a confiar bastante no meu jogo e em mim. E não é fácil lutar com a cabeça boa após ter perdido no absoluto. Lutei no sábado com o Roberto Tussa (GB), um grande atleta, mas acho que no fim perdi para mim mesmo. Na hora da luta não fiz nada do que treinei e ele usou sua maior experiência ao seu favor. Depois dessa luta, porém, aprendi que na faixa-preta você tem de ser paciente. Não é mais sete ou oito minutos, são dez minutos agora.

Qual foi seu maior erro na derrota, e a grande lição então?

Eu acho que aprendi a me dosar durante a luta de Jiu-Jitsu, e jogar com o tempo ao meu favor.

Como foi chegar para a final do superpesado e olhar para o bicampeão mundial Léo Nogueira (Alliance) do outro lado?

Nem preciso falar o grande atleta que o Léo é, né? É bem completo, joga bem por cima e por baixo e é bem perigoso. Sabia que a luta seria complicada. O caminho foi impor meu ritmo do começo ao fim da luta, e levar perigo a ele sempre. Eu não podia me preocupar só com a meia-guarda dele, tinha de ficar esperto em tudo, por ele ser um lutador tão completo. Ataquei muito, mas também me defendi quando ele encaixou a raspagem dele de meia, o que me preocupou. Mas deu tudo certo. Antes da final eu só pensava que tinha tudo para ser campeão, só dependia de mim mesmo.

Qual foi o ingrediente principal na sua vitória?

A parte mental. Eu mudei a cabeça completamente do absoluto de sábado para o peso, no domingo. O fato de competir desde cedo ajuda muito, tive a cabeça boa para isso. Mas o córner é fundamental. O (Leandro) Tatu estava na minha cola o tempo todo. Ele acredita mais em mim do que eu mesmo.

O que passa na sua cabeça ao vencer o Campeonato Brasileiro em todas as faixas, desde os 4 anos?

É um ciclo realizado. Foram muitos anos de aprendizado e treino duro na Soul Fighters, na Tijuca, para chegar até aqui. Para os próximos campeonatos, no entanto, serei o João de sempre, jogando para a frente e para finalizar.

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