Do CTI no hospital ao pódio no Tijuca

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Professor da Brazil 021, o faixa-preta Carlos Henrique Rosa, de 38 anos, viveu uma daquelas situações que fazem a pessoa rever sua vida, valorizar cada momento com a família e reforçar suas crenças. Inclusive a fé no Jiu-Jitsu.

No dia 31 de outubro de 2009, Carlos Henrique resolveu passar numa loja de mármores, na rua Moncorvo Filho, no Centro do Rio de Janeiro. “Precisava comprar duas soleiras de mármore de porta, para os quartos lá de casa”, lembra o professor.

De repente, um homem armado adentrou a loja e investiu contra o dono da marmoraria, Edinei César. Desesperado, a vítima que não sobreviveu agarrou-se no pescoço de Carlos Henrique. Mas seu “escudo” sabia Jiu-Jitsu, livrou-se do mata-leão e atirou-se no chão. Ainda assim, levou três tiros.

“Quando o cara entrou gritando na loja, me virei. Foi então que a vítima me deu um mata-leão. Nem sei como livrei o golpe, só sei que escapei e me joguei no chão. Ao ser baleado, o dono da loja caiu em cima de mim, foi aí que tomei três tiros do bandido, que continuou atirando”, conta. Carlos foi baleado no baço, diafragma e na coluna vertebral. A bala está lá até hoje.

“Quando a bala entra não dói, ao menos não doeu. Saí correndo da loja e desmaiei lá longe, quando uma ambulância que passava me socorreu”, diz.

Após 40 dias internado, sete de CTI e quatro minutos com uma parada cardiorrespiratória quase fatal, Carlos Henrique venceu sua luta particular pela vida. E prometeu a amigos e alunos que voltaria a competir.

No último Internacional de Masters e Sêniors, lá estava ele no dia 24 de julho, na final contra Roberto Gordo, no peso pesado da faixa-preta sênior 1.

“Você passa a dar valor a muitas coisas da vida, como um simples treino, o ar que você respira, e aquelas horas que seu filho te chama para jogar videogame e você diz que está ocupado”, reflete o professor e um dos líderes da Brazil 021, já com 33 anos de Jiu-Jitsu e mais de 20 faixas-pretas formados.

Carlos venceu a primeira luta no Tijuca Tênis Clube por 2 a 0. Na final, apesar de exaurido, voltou para a final e perdeu para Gordo. No dia seguinte, não aceitou tomar W.O. e apareceu no absoluto.

“Ele é um grande exemplo para todos nós. Ainda no hospital, ele sempre dizia que daria a si mesmo o presente de competir de novo. Está aí, deu um show à parte, um segundo lugar com sabor de primeiro”, diz o amigo e aluno André Negão, da Brazil 021.

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