Cavaca e os segredos da chave de pé fulminante

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Muitos foram os destaques no Mundial de Jiu-Jitsu 2010, um dos mais disputados desde a primeira edição, em 1996. E, entre os que se destacaram, vale exaltar a participação de Rodrigo Cavaca. O representante da CheckMat, campeão no pesadíssimo, finalizou em sete das oito lutas que fez. A única que não fez o adversário dar os três tapinhas foi na semifinal do absoluto, contra o tricampeão Roger Gracie, categoria em que o santista garantiu o bronze. 

Cavaca comemora o triunfo sobre Cyborg. Foto: Ivan Trindade

Confira o papo da fera com o GRACIEMAG.com:

Como foi a campanha no Mundial? 

Foram quatro lutas no peso e quatro no absoluto, sendo que finalizei em sete dessas lutas. A única que não finalizei foi na que perdi para o Roger Gracie, na semifinal do absoluto. 

O que representou finalmente ganhar esse título na faixa-preta? 

Foi um sonho realizado, o meu objetivo. A ficha ainda não caiu direito! Já havia falado com você antes do Mundial e do Brasileiro que vinha treinando muito para isso, que estava vindo muito mais preparado que no ano passado. Este ano vinha muito bem, cheguei na final em todos os campeonatos da CBJJ e IBJJF. Isso me motivou bastante e mexeu a favor no meu psicológico. Isso sem contar com toda a preparação que fiz com o Marcelo, que é meu preparador físico em Santos, com o meu fisioterapeuta Bruno e a nutrição com o Marcelo Ferro. Foi um trabalho muito bem feito para isso. 

O que achou do nível da competição? 

Esse foi um dos mundiais mais cheios e difíceis, principalmente na categoria pesadíssimo. Tinha eu, o Gabriel Vella, o Big Mac, o Corleta, o Pé de Pano, o Cyborg. Todos tinham as mesmas possibilidades de vencer. Fui passando e, quando vi, estava na final. 

Falando no Roberto Cyborg, que também chamou a atenção no evento, vocês se enfrentaram em duas oportunidades… 

Lutei com o Cyborg nas quartas-de-final do absoluto. Ele não deixou eu fazer o meu jogo, que é a guarda, mas consegui engatar a chave de pé em 15 segundos de luta. Foi uma surpresa e isso me favoreceu psicologicamente e deve ter abalado ele um pouco. Na final do peso foi muito emocionante, uma luta muito dura. Acabei conseguindo finalizar na mesma posição e no mesmo pé. 

Na final do Brasileiro, Igor silva foi vítima da chave de pé. Foto: Gustavo Aragão

Essa posição de pé tem ajudado bastante. É verdade que você aprendeu ela com o professor da Hillary Williams? 

É isso mesmo e ele está aqui do meu lado agora! É o Roli Delgado, que fez três lutas no UFC. Treinei com ele aqui em fevereiro e ele me ensinou vários detalhes dessa posição, me ajustou muito. Ele percebeu que eu faço muito a guarda 50/50 e me ajustou muito. Com certeza, através do que ele me mostrou, grande parte dessa conquista é dele. Finalizei a final do Brasileiro com essa chave e, das sete finalizações que consegui no Mundial, cinco foram com essa posição. Agradeço muito a ele. 

Antigamente a chave de pé era vista com preconceito no Jiu-Jitsu, mas esse pensamento mudou. Como analisa isso? 

Na minha época também criticavam muito a chave de pé. Fui fazer uma vez na faixa-roxa e o cara acabou me revertendo e me venceu. Falei que nunca mais faria essa chave de pé reta em ninguém e parei de atacar. Mas o meu jogo mudou muito na faixa-preta, comecei a fazer a guarda 50/50 e, dela, dá para ir muito para a chave de pé. Comecei a buscar os detalhes, meus amigos me ajudaram nos ajustes e o Roli Delgado também. Hoje em dia a visão mudou bastante e todo o público veio me elogiar. Os caras querem até marcar um seminário só com chaves de pé! Vai ser engraçado! Outra coisa é que o pessoal fala que na 50/50 a gente fica amarrando, mas provei mais uma vez o contrário. Peguei todo mundo da 50/50. 

Gostaria de agradecer a todo o apoio que a GRACIEMAG tem dado a mim e aos meus alunos. Valeu mesmo! Também aos meus patrocinadores que me apoiaram neste Mundial.

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