As lições de Monique Elias, melhor faixa-marrom do Mundial 2014

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Depois de brilhar no absoluto, Monique recebeu a faixa-preta das mãos de Mario Reis. Foto: Erin Herle/GRACIEMAG

Depois de brilhar no absoluto, Monique recebeu a faixa-preta das mãos de Mario Reis. Foto: Erin Herle/GRACIEMAG

Monique Elias fez um Mundial 2014 quase perfeito, com sete lutas, sete vitórias e seis finalizações. Aluna e esposa do bicampeão mundial Mario Reis, Monique brilhou no meio-pesado e absoluto da faixa-marrom, e foi coroada com duas medalhas de respeito da IBJJF e a merecida faixa-preta.

Não foi tanta novidade assim, já que Monique mantém esse feito desde a faixa-azul quando também vencera peso e absoluto, em 2012.

Feliz com as vitórias e com a nova graduação, a estrela da Alliance comentou a campanha no Mundial 2014, analisou a vitória sobre Dominyka Obelenyte na final do aberto e falou das lições que absorveu no torneio.

GRACIEMAG: Monique, como você define sua campanha no Mundial 2014?

MONIQUE ELIAS: Acho que foi o melhor campeonato da minha vida. Fiz sete lutas e finalizei seis. Eu me senti com a cabeça bem boa e as posições vinham naturalmente. Estava forte e com meu corpo bem preparado. Tenho muito a agradecer aos meus professores e ao meu preparador físico Wagner Zaccani, que vem fazendo um trabalho intenso comigo. Eu já aprendi ao longo da minha carreira que para ser campeão você tem que merecer, tem que trabalhar duro pra isso. A minha lesão no tornozelo antes do Mundial me deixou sofrida por treinar mesmo com dor. Eu tive que passar por cima do meu choro e deixar meu corpo pronto. Isso ajudou muito a preparar minha mente. Antes de entrar no tatame eu falava pra mim mesma: “Ninguém sofreu mais do que você pra estar aqui!”. Minha vitória confirmou esse pensamento.

O que você fez para vencer Ashley Easton, na final do meio-pesado?

Eu finalizei no triângulo, golpe que o Mário deu uma ajustada no último Brasileiro da CBJJ. E usando esses ajustes que ele me passou eu tive sucesso na luta.

No absoluto, novamente você ficou com a medalha de ouro. E na final, você lutou contra a sua companheira de equipe Dominyka Obelenyte. Você é contra os fechamentos em finais?

Nós lutamos desde a faixa-roxa, que foi a primeira vez que nos encontramos em finais. Na verdade não sou contra, acho que tem casos e casos. No nosso caso, nós nunca treinamos juntas, nem fizemos camp juntas. Nós apenas treinamos na mesma equipe, eu acho excelente ter ela como dupla. A Dominyka é uma atleta que eu sei que se eu não chegar à final ela vai chegar e isso garante pontos pra nossa equipe. Ela é a adversária mais dura que já tive. E por ser minha dupla, só a enfrento na final. Por exemplo, pessoas que treinam juntas, fazem camp juntas e chegam à final, não acho legal você lutar com a pessoa que te ajudou a estar ali. É uma vitoria dos dois.

Como você venceu a Dominyka na final do aberto?

Como sempre foi uma final tensa. Eu puxei para guarda e ela foi para passar. Eu encaixei uma chave de pé reta, ela pesou o quadril e ficamos ali uns cinco minutos. Depois, eu consegui afastar o quadril dela e fiquei tentando raspar de tudo que é jeito que eu conhecia, mas não consegui fazer nem uma vantagem. A luta terminou em 0 a 0 e minha vitória veio na decisão dos juízes. Foi emocionante para mim, ser mais uma vez campeã peso e absoluto. Consegui esse feito em todas as faixas até a marrom. Espero poder também realizar esse sonho na nova fase, agora de faixa-preta.

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